sábado, 28 de março de 2015

Abaixo a ditadura do Sócio Torcedor. Turma do Cappuccino talvez o prefira no shopping!

Torcedor é a pessoa que torce, apóia em competições esportivas. Um incondicional admirador! Ninguém precisa ser sócio para ser torcedor. A criança que descobre a paixão por um clube não depende de carteirinha. O sentimento vale milhões de vezes mais do que um pedaço de plástico com nome, RG e foto 3 por 4. Quem torce e deseja ver seu time de perto fica cada vez mais distante disso. O que já foi simples, para muitos está se transformando em sonho: acompanhar de fato os jogadores, lá no estádio, gritar por eles, torcer por eles, vibrar com eles. Criaram uma barreira entre o torcedor e sua velha paixão. Tal parede só pode ser derrubada mediante pagamentos mensais ao clube. Como se apenas o dinheiro pudesse provar que o sujeito é mesmo torcedor daquele time. Como se fosse para a maioria uma moleza desembolsar a taxa mensal. Isso num país cuja renda média domiciliar per capita é de R$ 1.052,00. É caro. Tanto os R$ 39,90 cobrados pelo Flamengo e que dão "descontos na compra de ingressos" como os R$ 70 mensais do Palmeiras, que permitem acesso direto ao setor menos "nobre" na arena do presidente Paulo. A maioria não pode pagar por isso. E alguns podem e não querem por não serem muitos dos programas bem elaborados. Futebol é prioritariamente paixão. Mas mesmo observando sob a perspectiva do negócio, como fazem tantos "especialistas" que se multiplicam por aí, é evidente que não há demanda. O Palmeiras comemorou efusivamente a quebra da barreira dos 100 mil "Sócios Avanti". Mas o que isso de fato representa? Só 1% dos apaixonados pelo Palestra, segundo pesquisas. Os dos R$ 69,90 mensais no plano palmeirense têm direito a ingressos para todos os jogos no novo estádio. Mas há uma restrição: cabem menos de 9 mil pessoas no setor destinado a quem paga tal quantia e quer ir sem desembolsar mais dinheiro. É obvio que pouquíssimos podem aproveitar tal benefício. E as pessoas falam como se todos pudessem pagar esse valor e não faltar a jogo algum sem um centavo a mais. No estádio do Corinthians, explica o companheiro Rodrigo Vessoni do Diário Lance!, há sete setores. Dois mais acessíveis, um intermediário e quatro caros. Isso explica a enorme dificuldade do Fiel Torcedor que deseja comprar ingresso mais barato e, por exemplo, associados ao programa pagando R$ 200 por um jogo da Libertadores. Imagine a situação do corintiano não sócio. A massacrante maioria! Eduardo Tironi definiu bem. Num avião há muito mais lugares na classe econômica. Motivo? Em geral as pessoas só podem pagar por aquele tíquete, o mais acessível. Há uma parcela reduzida destinada à executiva e outra, ainda menor, chamada de primeira classe, que é caríssima. As companhias distribuem os assentos nas aeronaves de acordo com a demanda. No estádio de futebol tal lógica é quase ignorada.
Eduardo da Silva na partida contra o Bangu, no Maracanã: cadeiras vazias ao fundo. Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br

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