quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Filho da terra, Everton volta realizado a Mato Grosso: "Uma história bonita"

Após sair de casa aos 11 anos para tentar a sorte no Paraná, jogador fará contra o Goiás primeiro jogo oficial como profissional no estado onde nasceu: "Passa um filme". Desde a saída precoce da pequenina Nortelândia até a noite desta quarta-feira se passaram 14 anos. Quatorze anos para o sonho do menino Everton, que deixou a família ainda criança, se tornar realidade: jogar uma partida oficial no estado onde nasceu. E em grande estilo, com a camisa do Flamengo e num estádio de Copa do Mundo. Com seu fanatismo, a torcida cuiabana já deu mostras de que a partida contra o Goiás, às 22h (de Brasília), será especial depois de 16 anos de saudade do Rubro-Negro. Nenhum mato-grossense, porém, terá mais motivos para se emocionar do que o camisa 22 do time de Vanderlei Luxemburgo. Canhoto, veloz e habilidoso, Everton não precisou de muito tempo para chamar a atenção em sua cidade natal, que hoje conta com cerca de 6 mil habitantes. Em 1999, moradores de Nortelândia já falavam do prodígio que deixava todo mundo boquiaberto nos campinhos de futebol da cidade. Tanto que a fama chegou aos ouvidos de um olheiro do Paraná Clube, que passeava pelo local e foi determinante para mudar a vida daquele que tem sido o principal jogador do Flamengo na temporada. – Um senhor foi passar as férias na minha cidade, e eu já era muito falado. Disseram que tinha um jogador com as minhas características, ele foi me ver jogar e gostou. Meus pais na época foram meio loucos por me deixarem ir com 11 anos. Mas deu tudo certo. Fiquei oito anos no Paraná Clube, o que mudou minha vida. Sou muito grato por tudo que fizeram por mim. Morei um tempo com este olheiro. Era muito novo, fui sozinho. É uma história bonita – conta Everton orgulhoso. Com o que conquistou através do futebol, Everton tirou os pais do Mato Grosso – sua família atualmente tem residência fixa no Paraná. Nos primeiros anos, entretanto, o jovem aspirante a craque aproveitava toda brecha para correr para o colo dos pais. E não era fácil percorrer os 1.915km de distância.
– Vinha de ano em ano de ônibus, cerca de 24 horas de viagem. Só aos 17 anos, quando tudo começou a melhorar, que consegui levar meu pai e minha mãe. Quando pisar na Arena Pantanal para enfrentar o Goiás, Everton terá milhares de conterrâneos ao seu favor. Mesmo como visitante, o estádio estará pintado de vermelho e preto para decorar ainda mais as imagens que vão passar pela cabeça do meia-atacante antes de a bola rolar. – Passa um filme. É difícil imaginar que um jogador vai sair de onde eu saí, uma cidade (então) com 4 mil habitantes, para depois jogar num clube como o Flamengo. Voltar aqui e ver meus tios, meus avós, todo mundo feliz, me deixa muito grato. Em toda carreira, Everton disputou apenas uma partida no Mato Grosso: em 2013, um amistoso contra o Cuiabá, pelo Atlético-PR. Nesta quarta-feira, será a primeira vez como profissional, no jogo número 82 com a camisa do Flamengo – em duas passagens. Ao todo, são 41 vitórias, 22 empates e 18 derrotas, com dez gols marcados.(globoesporte.com)

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