Quem não viu?, aquela bola, carinhosamente ajeitada por Petkovic aos 43 minutos do segundo tempo, em 27 de Maio de 2001. De fato, após o empate no finzinho do primeiro tempo, o rubro-negro dependia de mais dois no segundo para conquistar o tricampeonato. O gol de Edilson, ainda nos primeiros minutos, reabriu o suspense, que durou até a fatídica falta na intermediária. O lance era do lado esquerdo das cabines de rádio, com a torcida do Flamengo atrás do gol de Hélton. O repórter José Illan, estava do outro lado, junto à lateral, próximo ao banco do Vasco. Microfone em punho, prestes a gravar uma passagem – momento que o repórter aparece na reportagem de TV. Minha pauta para o Globo Esporte era mostrar o comportamento dos técnicos durante a decisão. Obviamente, faltando menos de três minutos para acabar, já me posicionava com Joel Santana ao fundo. Quando vi o gringo ajeitar a bola, parei. Falei com o cinegrafista: “peraí, vamos esperar essa falta aí…Botei o braço sobre a cobertura de acrílico que protegia o banco onde estavam Joel e os reservas. Olhei lá para o outro lado, para o outro banco. De lá, Eric também olhou pra cá, na minha direção. Levantamos sobrancelhas e franzimos a testa ao mesmo tempo, como que perguntando em silêncio: “será?!…”. Segundos depois, lembro da longa e histórica viagem da bola em curva. E não sei explicar como, mas ela já parecia com endereço certo muito antes de roçar os dedos de Hélton e chegar ao gol. Na visão em diagonal, reservas do Flamengo pulam do banco, dão cambalhotas, quase invadem o campo e se atiram sobre o herói, que ficou invisível sob o amontoado de companheiros. Todos os vascaínos da barreira se viram quase ao mesmo tempo, depois de olharem a bola entrar. A expressão é da mais expressiva incredulidade. E eu? No meio da loucura em que se trasformou o ambiente, nem deu tempo de refazer o texto, mudar tudo com o jogo terminando. Usei uma passagem neutra, feita no começo do jogo. Tão logo Léo Feldman apitou o fim, fui me acotovelar com os colegas para ouvir as palavras emocionadas e emocionantes do Velho Lobo Zagallo. Todos nós, rodeados por milhares de rubro-negros, que naquele domingo redefiniram o sentido de catarse coletiva. Meninos, eu vi. E não vou esquecer.(globoesporte.com)
sábado, 28 de maio de 2011
Quem não viu?, aquela bola, carinhosamente ajeitada por Petkovic aos 43 minutos do segundo tempo, em 27 de Maio de 2001. De fato, após o empate no finzinho do primeiro tempo, o rubro-negro dependia de mais dois no segundo para conquistar o tricampeonato. O gol de Edilson, ainda nos primeiros minutos, reabriu o suspense, que durou até a fatídica falta na intermediária. O lance era do lado esquerdo das cabines de rádio, com a torcida do Flamengo atrás do gol de Hélton. O repórter José Illan, estava do outro lado, junto à lateral, próximo ao banco do Vasco. Microfone em punho, prestes a gravar uma passagem – momento que o repórter aparece na reportagem de TV. Minha pauta para o Globo Esporte era mostrar o comportamento dos técnicos durante a decisão. Obviamente, faltando menos de três minutos para acabar, já me posicionava com Joel Santana ao fundo. Quando vi o gringo ajeitar a bola, parei. Falei com o cinegrafista: “peraí, vamos esperar essa falta aí…Botei o braço sobre a cobertura de acrílico que protegia o banco onde estavam Joel e os reservas. Olhei lá para o outro lado, para o outro banco. De lá, Eric também olhou pra cá, na minha direção. Levantamos sobrancelhas e franzimos a testa ao mesmo tempo, como que perguntando em silêncio: “será?!…”. Segundos depois, lembro da longa e histórica viagem da bola em curva. E não sei explicar como, mas ela já parecia com endereço certo muito antes de roçar os dedos de Hélton e chegar ao gol. Na visão em diagonal, reservas do Flamengo pulam do banco, dão cambalhotas, quase invadem o campo e se atiram sobre o herói, que ficou invisível sob o amontoado de companheiros. Todos os vascaínos da barreira se viram quase ao mesmo tempo, depois de olharem a bola entrar. A expressão é da mais expressiva incredulidade. E eu? No meio da loucura em que se trasformou o ambiente, nem deu tempo de refazer o texto, mudar tudo com o jogo terminando. Usei uma passagem neutra, feita no começo do jogo. Tão logo Léo Feldman apitou o fim, fui me acotovelar com os colegas para ouvir as palavras emocionadas e emocionantes do Velho Lobo Zagallo. Todos nós, rodeados por milhares de rubro-negros, que naquele domingo redefiniram o sentido de catarse coletiva. Meninos, eu vi. E não vou esquecer.(globoesporte.com)
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