domingo, 16 de março de 2014
Fla reduz ações trabalhistas em mais de 50%; só em 2014, pagou R$ 2,9 mi
Número de processos cai de 500 para 170, e valor de casos com 'perda provável' é de R$ 35 milhões. Clube confirma que Luiz Antonio não receberá janeiro e fevereiro. Enquanto busca resolver acordos de maior vulto, como a dívida cível com Petkovic que se arrastava desde 2004 e foi quitada no fim de fevereiro, o Flamengo tenta também arrumar a casa. Desde que assumiu, no início de 2013, o número de ações trabalhistas foi reduzido de cerca de 500 para 170 e, atualmente, o clube dispõe de um saldo positivo de mais de R$ 2 milhões no ato do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que determina o repasse de 15% de todas as receitas do clube para o pagamentos de dívidas dessa natureza. Como o faturamento cresceu, o repasse também aumentou proporcionalmente e a fila andou. Diretor jurídico do Flamengo, Bernardo Accioly explica que somente no início de 2015 poderá de fato se notar a extinção dos processos, por exemplo, de pagamentos de multa rescisória ou obrigações não recolhidas, como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Isso porque, explica Accioly, o empregado tem um prazo de dois anos para acionar o clube em caso de demissão e, como as questões passaram a ser revistas no início de 2013, apenas em 2015 poderá se ter certeza que não haverá novos processos por este tipo de motivo. Entre os casos trabalhistas resolvidos estão os de jogadores como Ronaldo Angelim, Kléberson, Marcelo Lomba, Juan e Willians, entre outros. Atualmente, do ponto de vista orçamentário, o Flamengo faz provisões de contingência de R$ 35 milhões para quitar essas 170 rotuladas como "perda provável" - sem considerar a ação de Ronaldinho Gaúcho que o clube estima, de acordo com o montante incluído como provisão de contingência no balanço financeiro, perder R$ 10 milhões. Levando em conta o que o clube conseguiu quitar de dívidas trabalhistas em 2013, o montante não assusta tanto assim: no ano passado, o Flamengo pagou R$ 26,1 milhões de débitos dessa natureza. Somente de janeiro até o dia 13 de março de 2014 foram pagos R$ 2,9 milhões. Antes você tinha advogados trabalhando e tinha diretores não remunerados, que obviamente têm de ser remunerados em outro emprego. Então os chefes da máquina que roda no dia a dia vinham para o clube no final do dia, sem o mesmo compromisso de uma pessoa que está aqui o dia todo cobrando com rédea curta. O trabalho era feito, mas era feito sem controle, sem organização, sem meta. Tinha uma gerente, que é muito boa e está lá até hoje, mas agora está achando ótimo porque tem como escalar quando há um problema e ela também é cobrada por essa organização e controle - disse Accioly. O diretor esclareceu ainda que houve uma mudança de filosofia para acelerar a eliminação de processos de menor valor. Como pessoas demitidas na gestão passada têm dois anos para entrar com ação, e como se demitia sem pagar as verbas rescisórias, a tendência é que a partir de 2015 essa curva seja uma decrescente de forma muito acentuada. A multa rescisória não paga a gente sabe que vai perder, os juros trabalhistas são o melhor investimento que existe no país, ou seja é bom para o clube pagar e bom para o reclamante também. Se o cara tem uma expectativa de receber 50 daqui cinco anos e a gente oferece 30 hoje, ele provavelmente aceita. A ordem é para procurar e antecipar a solução dos casos mais baratos, fazer acordo. A expectativa é chegar no fim da gestão com um número de ações inferior a 50.(globoesporte.com)
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