quarta-feira, 16 de julho de 2014

O segredo de outro sucesso: como a Alemanha criou empatia com o Brasil

Através do Flamengo, ideia desde 2013 era se tornar o segundo time dos brasileiros. Federação assume projeto para desenvolver crianças e deixar legado em pacata vila. Não foi o compacto 4-3-3, tampouco os lançamentos milimétricos de Toni Kroos, o faro de gol de Thomas Müller, a invejável classe de Bastian Schweinsteiger ou as defesas memoráveis de Manuel Neuer. Definitivamente não foi apenas o futebol a transformar a Alemanha numa campeã mundial no último domingo. Ainda que em menor escala, o sucesso quase absoluto entre os brasileiros passa por um processo pautado em 2013. Houve um planejamento por trás das ações realizadas, talvez a maioria delas. A preocupação com a imagem do país perante o povo local era evidente – e não há oportunidade melhor do que uma Copa do Mundo para convencer gregos e troianos de que eles podem ser amigos. A Alemanha sequer precisou disso: gestos, previsíveis ou não, conquistaram um pedacinho no coração de quem pôde seguir os passos do time de alguma maneira durante os 37 dias no Brasil. – Nossa preparação para a Copa do Mundo começou em 2013. Pensamos nas estratégias comerciais, parceiros, TV, propagandas. Mas também preparamos como iríamos agir, estar aqui e fazer parte do torneio. Nosso alvo desde cedo era ser o segundo time mais popular da Copa no Brasil – disse Patrick Kisko, chefe de marketing da DFB (Federação Alemã), em entrevista ao SporTV. A grande sacada envolveu o Flamengo. Através da Adidas, fornecedora de material esportivo em comum, a seleção alemã criou uma camisa reserva rubro-negra. Havia uma insatisfação com o modelo antigo, o verde utilizado na Eurocopa de 2012 – o que, neste caso, permitiu uma "revolução" no uniforme. Bastou aos responsáveis ligarem os pontos para concluir que o clube mais popular do país seria um fator atraente. A Alemanha utilizou a camisa em duas oportunidades: na vitória por 1 a 0 sobre os Estados Unidos, na última rodada da fase de grupos, no Recife, e no histórico 7 a 1 contra o Brasil, na semifinal, em Belo Horizonte. A seleção jogou de branco em ambas as vezes em que atuou no Maracanã – quartas de final, contra a França, e decisão, diante dos argentinos –, mas estava claro nas arquibancadas que a novidade encantou os rubro-negros. E nem mesmo os rivais (torcedores de Fluminense, Vasco e Botafogo) se mostraram contrários aos alemães apenas por este motivo. Principalmente na decisão contra a Argentina. Se as cores não bastassem, lá estava o carismático Lukas Podolski. Amigo de André Santos desde os tempos de Arsenal, o alemão recebeu do lateral uma camisa do Flamengo personalizada com o seu nome. Em seguida, o próprio marketing do Rubro-Negro entrou em ação e presenteou Poldi, Schweinsteiger e outros jogadores quando vieram ao Rio para enfrentar a França. Os alemães bombardearam as redes sociais com pedidos de torcida no Maracanã. Repetiram a dose antes da decisão contra a Argentina. Deu certo. – Estamos muito felizes com o retorno que isso traz para o Flamengo. E também muito feliz com o carinho que o Podolski demonstrou em todas essas oportunidades. É uma honra enorme para gente. O clube está sendo divulgado no mundo inteiro, isso é bom para os patrocinadores, para a marca. Tem muito estrangeiro que veio ao Brasil e saiu daqui com a camisa do Fla. É um símbolo do país que foi divulgado dessa forma por eles. A imagem exposta nas redes sociais é o que fica na cabeça de todo mundo, e é sensacional o fato de ainda ser espontâneo – afirmou Bruno Spindel, gerente de marketing do Flamengo, ainda sem planos para realizar alguma ação com o camisa 10 alemão.(globoesporte.com)

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ney comanda coletivo com falatório e disposição: "Arrumou a cozinha"

Técnico do Flamengo prioriza troca de passes e marcação na saída de bola na reta final de preparação para confronto com o Atlético-PR, quarta-feira, em Macaé. Foram quase 30 dias de treinamentos, a opção por um novo sistema de jogo e a procura pelo encaixe de peças para tentar tirar o Flamengo do buraco em que se encontra no Campeonato Brasileiro. Com sete pontos, o time está na penúltima colocação na competição e o técnico Ney Franco terá o Atlético-PR como adversário, quarta-feira, em Macaé, para iniciar o processo de recuperação. Na atividade realizada nesta segunda-feira, o Flamengo consolidou o trabalho de um mês. Em um coletivo com muito falatório dos jogadores, Ney também não poupou sua garganta. Elogiou quando foi preciso, reuniu o grupo em um intervalo para fazer correções e priorizou a marcação na saída de bola e a troca de passes. - Arrumou a cozinha - gritou Ney Franco em determinado momento, quando Samir se antecipou a um lançamento e impediu um contra-ataque. A preocupação com o posicionamento na marcação pressão foi grande. A todo momento, Ney paralisava a atividade para fazer correções. Todos os jogadores demonstraram participação intensa no sistema escolhido para a volta do time às atividades depois da paralisação do Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo. - Acho que para um esquema dar certo, o jogador precisa querer. O Ney passou a usar três zagueiros, com algumas variações sem mudar as peças, e para funcionar o jogador tem que entender o que o treinador pede e querer executar. Se não se sente bem, tem que falar com o treinador. Alguns jogadores sem característica de marcador, como é o meu caso, têm que marcar. Perdeu a bola, tem que correr atrás - explicou o atacante Alecsandro. Na nova formação, Recife atua inicialmente à frente da linha de três zagueiros, formada por Wallace, Chicão e Samir. Léo Moura, Elano, Everton e André Santos ficam um pouco mais adiantados, com intensa troca de posições. No ataque, Paulinho e Alecsandro. A dúvida ainda fica no gol, entre Felipe, escalado como titular no coletivo desta segunda-feira, e Paulo Victor. Cáceres, Léo e Gabriel estão fora em recuperação de lesão. Já o argentino Canteros depende de sua regularização nesta terça-feira para poder ficar à disposição de Ney Franco.(globoesporte.com)