sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Com fôlego no caixa, Fla espera pagar 40% de dívida até o fim de 2015

Vice de finanças Rodrigo Tostes prevê receita R$ 350 milhões neste ano, busca alternativas para cobrir rombo de mais de R$ 30 milhões e avalia o momento atual. No lugar de gols, números. Na verdade, cifras milionárias. E se em campo o Flamengo contratou sete reforços e mantém as esperanças pela permanência de Elias por um 2014 feliz, no campo financeiro o clube aposta em cálculos bem definidos para seguir dando fôlego aos combalidos caixas. Tal qual o título da Copa de Brasil em 2013 representou um primeiro ano bem sucedido na gestão Eduardo Bandeira de Mello em campo, a economia rubro-negra já vive um panorama menos caótico do que 12 meses atrás e se pauta em previsões otimistas para um futuro próximo, como a que prevê o pagamento de até 40% dos R$ 750 milhões de dívidas até o fim do mandato. Para fazer um balanço do primeiro ano de gestão, o vice de finanças, Rodrigo Tostes, recebeu a reportagem do GloboEsporte.com para conversa com revelações como a que aponta até R$ 350 milhões em receitas para 2014 - quase o dobro dos R$ 190 milhões do ano passado. A evolução se dá pela criação do projeto de sócio-torcedor, novo acordo com o Maracanã, patrocínios, entre outros. A melhora da realidade, no entanto, ainda não permite exageros. Com a Certidão Negativa de Débito (CND) em mãos, os compromissos são muitos e mensalmente R$ 10 milhões saem dos cofres do Flamengo somente para manter tudo em dia. Em busca do equilíbrio entre as exigências do torcedor no futebol e os compromissos acordados, pagar a gigantesca dívida segue sendo prioridade. E nesta missão o clube tem avançado consideravelmente, como explica o dirigente: - Já pagamos R$ 120 milhões aproximadamente até o final do primeiro trimestre deste ano. Até o fim do ano, mais R$ 80 milhões. Se pegar nessa média, vamos ter pago de 35 a 40% do valor total em três anos. Vamos conseguir matar isso, além de frear muito a bola de neve. A piscina (da sede social, na Gávea) é um caso. A conta de água vinha R$ 700 mil por mês, era o segundo atleta mais caro. Só perdia para o Love. Rodrigo Tostes falou também de novos rumos administrativos que o Flamengo deve seguir em 2014. Um novo organograma está sendo preparado para minimizar a divisão excessiva de poder e direcioná-lo a profissionais que serão cobrados para tal. Se transformar um clube de futebol em empresa parece uma utopia diante do panorama apresentado, o mínimo de organização parece ser exigência. - Claramente, não estamos em uma empresa. Já descobrimos. Entramos com uma percepção e realizamos que no futebol as coisas não são como uma empresa. Mas temos que pegar os pontos bons de uma empresa e implantar no clube, tentando adaptar as peculiaridades do futebol. Sem romper com as tradições, mas colocar ordem na casa. Acabou a bagunça. No longo bate-papo de 54 minutos, Rodrigo Tostes avaliou a realidade financeira do Flamengo, fez projeções para o futuro e admitiu que a calmaria no departamento de futebol é fundamental para o sucesso da parte administrativa. Falou também da folha salarial do elenco e investimentos em contratações, que já chegaram a R$ 10 milhões em 2014, mas podem ser minimizados com parcerias com investidores. Confira toda entrevista: Tendo em vista que a vice-presidência de finanças é uma pasta tão importante quanto o futebol para gestão atual, como o Flamengo começa 2014 neste quesito? Há uma diferença muito grande de 2013 para 2014: as novas receitas criadas durante o ano passado, neste ano vão ser para o ano todo. No sócio-torcedor, prevemos um aumento significativo de receita não por prever um aumento de adesões. Não é essa a meta. A diferença é que já começamos com essa receita em janeiro e com nível de estabilidade. Do ponto de vista de receitas, estamos mais consolidados, até por atuar em várias linhas: patrocínio, sócio, marketing, Maracanã com bilheteria... Temos um problema esse ano por conta da Copa, mas há esse impacto de nova utilização do estádio no ano todo.(globoesporte.com)

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