quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Em tempos de crise, coordenador da base vê garotos do Fla preparados
Carlos Noval diz que jovens podem lidar com má fase do time: 'Têm que assumir essa parcela de responsabilidade, têm que saber lidar com isso'. Felipe, Léo Moura, Welinton, Frauches e Ramon; Muralha, Ibson, Luiz Antonio e Mattheus; Adryan e Vagner Love. Foi este o time que Dorival Júnior escalou no último coletivo do Flamengo e que deve ir a campo na partida contra o Santos, nesta quarta-feira, às 22h, pela 24ª rodada do Brasileirão. Uma parte do resultado do trabalho de base do clube estará no gramado da Vila Belmiro. Dos 11 titulares, sete são crias do Rubro-Negro. Welinton, Frauches, Muralha, Ibson, Luiz Antonio, Mattheus e Adryan surgiram nas categorias inferiores. Ibson e Welinton são de gerações mais antigas. Os demais são contemporâneos e apareceram a partir da conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior, no início de 2011. A temporada tem sido um teste e tanto para as promessas do clube. Em um ano apinhado de problemas, os garotos viram e viveram duas trocas de treinador (Vanderlei Luxemburgo e Joel Santana foram os antecessores de Dorival), eliminações precoces na Libertadores e no Carioca, e saída traumática de Ronaldinho Gaúcho, até então a referência do time. Hoje, tentam ajudar a equipe a melhorar uma campanha abaixo da crítica no Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro é apenas o 13º na tabela, com 27 pontos – tem um jogo a menos. A rotina é de altos e baixos. Nas tentativas de Dorival Júnior de achar o time ideal, os garotos são os que mais rodam. Ora titulares, ora reservas, ora nem relacionados. A cobrança só cresce. Na última segunda-feira, a presidente Patricia Amorim avaliou o momento das revelações do clube. A mandatária vê os garotos preparados para lidar com responsabilidades maiores, disse que eles também serão cobrados e assegura que o clube está preparado para dar suporte. A nossa preocupação desde o primeiro dia que entrei, em janeiro de 2010, era trabalhar na formação. Mesmo que a nossa base não ganhasse campeonatos, ganhou uma vez (a Copinha de 2011), o mais importante era formar jogadores e que eles fossem aproveitados para o profissional. Hoje eles são nossos. E a gente tem que trabalhar com esses meninos, fazer com que eles joguem como podem. Se não derem conta, a comissão técnica tem que avaliar. Temos elementos para sustentar alguma situação difícil para algum jogador mais novo. São formados aqui, estão preparados, são profissionais. Eles têm condição de aguentar e têm de aguentar a pressão. Ou então pedem para sair. Mas não acho que é o caso. Eles querem jogar no Flamengo e podem jogar. É uma cobrança nossa, da diretoria, do torcedor. Isso vai vai acontecer. Eles também se cobram muito.
Coordenador vê os garotos preparados
Coordenador das divisões de base do clube, Carlos Noval ressalta que a ligação com o futebol profissional tem sido muito proveitosa. Segundo ele, existe abertura com o diretor de futebol do clube, Zinho, e com o vice de futebol Paulo César Coutinho. Noval considera a integração total, desde o momento que o jovem é chamado para a categoria principal e durante a fase de adaptação à nova realidade. - As cobranças são feitas em conjunto. O garoto vai subir e eles perguntam o que achamos, as características. Há essa ligação, o diálogo. Mas a partir do momento em que estão no profissional é um trabalho do treinador e do Zinho com eles. Estamos à disposição para ajudar em caso de qualquer problema. Conversamos muito com os jogadores antes da subida para o profissional, avisamos que a postura tem que ser diferente. Noval entende que as oscilações são aceitáveis e naturais, mas vê em todos os atletas mais jovens do grupo principal as condições necessárias para lidar com as dificuldades provocadas pela má fase da equipe. - São garotos, mas eles mesmos falam que no Flamengo a pressão começa na base. A cobrança já existe por ser um clube grande, por buscar resultados. Eles têm que assumir essa parcela de responsabilidade, têm que saber lidar com isso. Alguns lidam melhor, outros não. Depende muito da preparação mental deles. Acho que têm condições para isso. Se estão lá, têm plenas condições de reverter um quadro difícil. Temos psicólogo nas categorias de juniores para baixo. A psicologia no esporte tem que estar sempre junto. É um trabalho feito diariamente, um acompanhamento de todos os treinos, até porque eles têm problemas familiares. Isso é muito importante para a preparação dos atletas, para que eles subam preparados para lidar com todo tipo de situação. A situação do time é muito ruim. O Rubro-Negro não vence há cinco rodadas e perdeu as três últimas partidas no campeonato. Está apenas cinco pontos à frente da zona de rebaixamento. É com a mistura da experiência com o sangue novo dos mais jovens que o Flamengo tenta retomar o rumo.(globoesporte.com)
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