sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Moicano, pai, trintão, capitão... Léo Moura chega a 400 jogos no Fla



Lateral-direito faz balanço da marca histórica pelo Rubro-Negro e lembra glórias e dissabores: ‘Tive muito mais sucesso do que insucesso’. Algumas emoções que sentiu na vida Léo Moura gostaria de nunca esquecer. A primeira vez que chutou uma bola, o nascimento das duas filhas, a primeira vez que vestiu a camisa do Flamengo. De junho de 2005 para cá, foram 399 partidas pelo Rubro-Negro. Ele não imaginava chegar tão longe. O jogador que tinha fama de cigano ao se apresentar ao clube da Gávea virou referência, símbolo de uma geração vitoriosa, capitão. A partida especial, de número 400, será neste domingo, contra o Inter, em Porto Alegre. Já são sete anos de Flamengo. De um casamento que deu certo, como ele costuma dizer. Títulos que não cabem mais nos dedos de uma das mãos. Sem contar os turnos do Carioca, são seis. Quatro estaduais (2007, 2009, 2008 e 2011 – este último invicto), a Copa do Brasil de 2006 e o Brasileiro de 2009. Taças que o colocam como um dos mais vitoriosos da história do clube. - Se eu disser que imaginava ficar sete anos aqui no Flamengo, eu posso me equivocar. Nunca imaginei ficar sete anos num clube só. Meu sonho era um dia jogar profissionalmente no Flamengo, mas entrar para a história de um clube como o Flamengo foi algo que aconteceu naturalmente, os anos foram se passando, pude ter sucesso. Léo mudou. Adotou o penteado moicano em 2006, inspirado no inglês David Beckham, e não tirou mais. Virou trintão, tem 33 anos, e pai de Maria Eduarda (seis anos) e Isabella (quatro) depois da chegada à Gávea. Ganhou cabelos brancos, aprendeu e ensinou. Foram muitos jogos, muitos dias dentro de concentrações, muito tempo longe da família, das filhas, da mulher (Camila). Ele diz que valeu a pena. - Tive muito mais sucesso do que insucesso. E eu só tenho a agradecer a todo mundo. Desde o porteiro, pessoal da faxina, vejo que todo mundo gosta de mim e a recíproca é verdadeira. Pessoas que passaram aqui no Flamengo e hoje não estão mais aqui. Jogadores, treinadores, cada um foi importante demais para eu crescer profissionalmente e pessoalmente. Só tenho a agradecer. Não imaginava alcançar essa marca de 400 jogos, ser um dos jogadores de linha em atividade que mais jogaram pelo mesmo clube. Fico feliz. Entre os jogadores da Série A, só Fernandes jogou mais. O meia-atacante já disputou 401 jogos pelo Figueirense. Segundo dados do Flamengo, o jogo de número 400 mantém Léo Moura na 18ª posição na lista dos jogadores que mais vestiram a camisa rubro-negra. O contrato dele termina em 31 de dezembro. Se renovar, ele pode ultrapassar, por exemplo, o ex-lateral Leandro, que tem 418. Júnior é o recordista, com 876. Léo vai comemorar trabalhando. O clube prepara uma placa e uma camisa com o número 400 às costas para entregar ao jogador depois da partida, na volta ao Rio. Ao pisar no gramado do Beira-Rio, terá muita gente em mente, mas uma pessoa em especial. - A primeira pessoa que eu tenho que agradecer é meu pai (José Carlos). Esse foi um cara que eu lembro que com nove anos ele me trazia para treinar na escolinha, foi um cara que batalhou muito para eu chegar até aqui. É até difícil de falar (Léo se emociona). Ele nunca deixou faltar nada em casa, mas sempre enfrentou as dificuldades para realizar meu sonho de um dia jogar futebol. E hoje sei que ele está muito feliz, me acompanha, vai a todos os jogos. Ele é uma das pessoas mais felizes de me ver como um jogador profissional, realizado no futebol. A primeira pessoa que penso é ele, foi o idealizador desse projeto de me tornar um jogador de futebol.(GLOBOESPORTE.COM)

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